Hoje (re)assisti o filme Clube da Luta de 1999, um clássico e aquele tipo de filme que você pode assisti-lo de duas maneiras: Como um filme de violência ou um filme onde as brigas são apenas um pano de fundo para uma mensagem mais nobre.
Quando adolescente eu assisti apenas como um filme de porradaria e hoje pude olhar com outros olhos numa época que não tinha maturidade para absorver.
Sem entrar no detalhe para não dar spoiler, o filme faz uma crítica social a respeito de quem essencialmente somos (ou em quem nos transformamos ao longo da vida) e que só seremos verdadeiramente livres quando estivermos livre de “coisas”.
Respeitando a licença poética do diretor, o filme leva isso ao pé da letra para apresentar a idéia. Claro que na prática você não precisa abrir mão de ter dinheiro, status ou um bom emprego. No fundo isso não te faz mais ou menos importante que outras pessoas, pois o seu verdadeiro “eu” é algo de dentro pra fora e não a partir das influências externas que muitas vezes podem estar contaminadas por marketing, por efeitos “da moda” ou por como a sociedade gostaria de vê-lo.
Um trecho muito f*da onde o protagonista (enquanto destrói uma loja de departamentos com computadores Apple *** isso deu pena) fala claramente...
Você não é o seu emprego.
Nem quanto dinheiro tem no banco.
Nem o carro que dirige.
Nem o que tem dentro da sua carteira.
Nem as malditas calças que veste.
Para mim isso bateu como um soco no meu estômago pois cada um dos pontos acima são itens que buscamos ao longa da vida, e incansavelmente buscamos um upgrade como uma corrida sem fim.
Recentemente tenho me incomodado com a maneira com que me visto. Mesmo não gostando de estampar marcas e dando preferência para roupas de cores mais discretas e minimalistas, tenho me sentindo um verdadeiro catalogo de marcas ou um outdoor humano.
Tênis da Adidas, calça Levi's, camiseta Lacoste, relógio da Apple, carro importado, tudo isso talvez para encontrar o meu “eu” a partir de um lifestyle construído pelas empresas de publicidade. Eu tenho flertado com a matrix, mas felizmente estou ciente disso e tento fazê-lo com os pés no chão para não colocar tudo a perder. Mas isso quando se torna um excesso ou o consumo passa a não ser necessário me gera um grande incomodo.
Se de alguma forma você se identificou com tudo isso e também quiser levar um soco na cara, assista Clube da Luta!
Tenho conhecimento técnico de internet a muitos anos e já ouvia falar de Bitcoin nos primórdios, porém fazia algum tempo que não dava aquela curiosidade característica de um nerd "early adoptor". Esse foi um custo de oportunidade alto pois é impressionante o crescimento do Bitcoin, principalmente em 2017.
Existe um lado meu que vê de forma cética e outro que consegue enxergar a proposta desruptiva da moeda. Durante uns 3 meses fiquei observando a dinamica e assinstindo alguns vídeos no Youtube. Assinei o canal do Fernando Ulrich e li alguns textos para entender como funcionava: Comprar/vender através de uma Exchance, Possibilidade de mover para uma wallet para "guardar" em segurança e todas as outras possibilidades (trade, etc).
Há cerca de 2 meses decidi experimentar e até o momento as coisas estão indo bem. No final de setembro consegui comprar por de USD 3.800 (R$ 5.000,00) e em seguida começou a evoluir rumo aos USD 7.000, chegando aos USD 7.800 e depois caindo para USD 7.200. Enxerguei essa queda como uma oportunidade de compra e peguei mais R$ 10.000,00 por esse preço já que meu objetivo era ter pelo menos 1 BTC. E para mostrar que nada nesse mercado é previsível, no dia seguinte após minha compra a USD 7200 ele cai para USD 5800. Precisa ter estomago! Mas olhei novamente como uma oportunidade e fui comprar mais para atingir minha meta de ter 1BTC. Como era num fim de semana, precisava esperar a segunda feira para fazer um TED para a Exchange (nem precisa falar porque o Bitcoin está causando no mercado financeiro mundial já que é 24hrs). Consegui na segunda levar para a Exchange e infelizmente aquela baixa já estava em USD 6.400 e três dias depois já tinha subido novamente para casa dos US$ 7.200.
Estou gostando dessa brincadeira e é aquela máxima... Só invista em BTC aquilo que você está disposto a perder. Eu não invisto em BTC por expeculação mas sim pelo futuro promissor e disruptivo! Tudo é uma questão ideológica e estou confortável com esse movimento.
Foram investidos cerca de R$ 21.000,00 para a aquisição de 1 BTC e no momento esta cotação está em R$ 24.700. Um bom começo!
Esse é o primeiro post de atualização financeira do portfolio, iniciando em Outubro de 2017 com um histório dos três últimos meses.
A partir de novembro de 2017 começou a "retirada passiva" (vivendo de renda) já que abri mão do meu trabalho para viver com a rentabilidade dos investimentos (e o valor será lançado na linha de fundo amarelo).
Em outubro tive um resultado ruim de três lados: Os fundos multimercado não perfomaram bem, grande parte por incertezas no cenário político, a queda da SELIC nos últimos meses está puxando para baixo a rentabildiade liquida, e por último o IPCA que foi de 0,42% em outubro, que é um valor alto se comparado com os últimos meses.
Espero que em novembro possa pelo menos voltar ao resultado de agosto/setembro.
Passei os últimos 20 anos trabalhando ininterruptamente. Tudo começou como uma brincadeira que foi ficando séria mas nunca pensei em ter uma semi-aposentadoria ou mesmo aposentadoria precoce. Sempre trabalhei por prazer, porém nos últimos 4 anos comecei a refletir sobre até quanto seguiria num ritmo frenético.
Sempre gostei de praia e estou a muitos anos afastado dela. Nasci em uma cidade do litoral e quando adolescente me mudei para uma grande capital brasileira por causa dos meus pais. Eles sempre foram de classe média e tiveram condições de me dar uma boa educação e prover tudo que precisava. Uma mudança nessa idade para uma cidade diferente favoreceu minha introspecção e com isso dediquei muitas tardes a internet e ao que sempre gostei de fazer que era vender.
Meu desejo nunca foi deixar de trabalhar, mas não ser escravo do trabalho para sustentar minha vida. Sempre me incomodou a idéia de ter um emprego e trocar tempo por dinheiro. Esse vídeo do ex-presidente do Uruguai foi uma dos vários “inputs” que me influenciaram:
Durante minha infância pedia para para que meus pais comprassem sorvete e isopor para vender na praia. Sentia uma grande satisfação na ligação com as pessoas e essa relação de consumo mesmo sendo uma criança tímida. Na escola levava empadas e sempre voltava com os bolsos cheios e o pote vazio pronto para o dia seguinte.
Desde que comecei a trabalhar com 17 anos e montei minha empresa foi por pura diversão e sem nenhuma obrigação de ter que me sustentar, já que nessa idade morava com meus pais e apenas estudava. Não fazia ideia de que todas aquelas brincadeiras de criança seriam uma grande escola no futuro. A cada dia a brincadeira ia se tornando mais séria e as vendas cresceram organicamente. Comecei tudo errado... Nenhum planejamento, ocupei um cômodo da casa dos meus pais e contratei ex-namoradas. Me recordo que em uma ocasião chegou a trabalhar a ex e a atual no mesmo ambiente e é óbvio que foi uma catástrofe.
Sempre fui um cara que gastava todo dinheiro comprando eletrônicos, roupas, sapatos, relógios e todo tipo de “coisa” que o dinheiro conseguia comprar. De uns tempos para cá comecei a estudar finanças pessoais, entender a importância de poupar e de que não é apenas colocar o dinheiro na poupança ou ouvir conselhos do gerente do banco (senão estaria com minha previdência privada até hoje esperando para me aposentar com 65 anos). Além disso passei a observar a importância de ter uma vida mais frugal e de que a felicidade não está em “coisas”.
A partir de 2013 comecei a planejar como seria ter uma experiência de viver de renda e de lá pra cá foram praticamente todos os dias pensando em poupar, ganhar mais e investir. Nesse período já tinha conquistado meu apartamento e possuía algum dinheiro guardado. Meu planejamento inicial era atingir a “IF” com 40 anos e felizmente as coisas caminharam bem, conseguindo largar tudo pro alto antes disso. Fiquei em um conflito para encontrar o “número mágico” e isso me levou a contratar um advisor que me acompanhou durante 12 meses. Sempre íamos fazendo projeções para me certificar de daria o passo certo e que qualquer trabalho daqui para frente seria por opção.
Vendi minha participação societária e passei a não ter mais sócios, funcionários, trabalho, angústia e dores de cabeça. Abri mão de status, um pró labore bastante significativo, plano de saúde, academia de primeira linha, conta de celular pago pela empresa, escritório em um dos endereços mais cobiçados da cidade, seguro de vida, e tudo que a maioria das pessoas buscam e chamam de “sucesso profissional”. Me arrependi pelo menos umas 100 vezes, porém tive certeza de que esse era o melhor caminho outras 200!
Ironicamente não estava feliz. Me sentia em uma “prisão perfeita” onde tudo estava encaixado e a rotina consumia toda minha motivação para continuar seguindo. Comecei a perceber que não estava sendo produtivo e precisava me posicionar.
Então em 2017 conversei com meus sócios e sinalizei meu desejo de seguir outros caminhos. Claro que do lado de cá eu já tinha encontrado um número que me deixaria confortável para tomar essa decisão. Daqui para frente não penso em parar de trabalhar e ter uma renda ativa, mas quero experimentar ficar 1 ano sabático e sentir a liberdade que a “IF” pode proporcionar.
Muitos devem pensar só no lado bom da aposentadoria, principalmente sendo precoce. Aproveitar para viajar o mundo e gastar dinheiro se divertindo. Mas na prática não é bem assim. Quando precisamos viver com a renda dos investimentos tendemos a nos tornar menos irresponsáveis com o dinheiro. Passamos a olhar o preço dos produtos na gôndola do supermercado e escolhemos bem o preço do almoço para não ultrapassar o budget.
Agora em novembro de 2017 paguei meu primeiro “salário” baseado na minha TSR de 3,5%. Esse cenário é suficiente para eu manter uma boa qualidade de vida em qualquer lugar no país sem comprometer itens de conforto como lazer, viagem e esporte e me considerar um cidadão de classe média.
Criei uma planilha de gestão financeira pessoal que vai me ajudar no dia a dia (espero compartilhar futuramente) onde separo os gastos “Essenciais”, “Importantes” e o que chamo de “Lifestyle”, que tem um grande impacto na qualidade de vida.
Estou tendo que aprender diversas lições e talvez a mais importante seja administrar a minha própria vida. Acredito que muitas pessoas como eu dedicaram grande parte das suas horas ao trabalho e acabam sendo irresponsáveis consigo mesmas, principalmente em relação a saúde. Muitas vezes abdicamos do nosso presente em favor do futuro.
Não consegui deixar completamente a ideia de ter alguma renda ativa ou empreender novamente em breve, mas estou me policiando para planejar 2018 e me dedicar mais a coisas que me fazem bem e que negligenciei ao longo da vida.